Vida após a Cirurgia Bariátrica

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Vida após a Cirurgia Bariátrica

Nutrição


Logo após a cirurgia você receberá um plano alimentar. Nesse plano haverá a progressão de uma dieta baseada inicialmente em líquidos para sua dieta habitual em algumas semanas. 

A suplementação de vitaminas também faz parte da rotina após a cirurgia. Os suplementos mais utilizados são polivitamínicos, vitamina D, cálcio, ferro e vitamina B12. Seu médico irá determinar quais vitaminas você irá precisar baseado na cirurgia a qual você foi submetido e nos exames de sangue que você realizará periodicamente.

A seguir, algumas orientações para uma dieta saudável após a cirurgia:

Priorize as proteínas 


A alta ingesta de proteínas tem uma série de benefícios. As proteínas ajudam na manutenção dos músculos durante a fase de perda de peso acelerada, tem alto poder sacietogênico (produzem mais saciedade) e alta termogênese alimentar. 

Em linhas gerais, orienta-se o consumo de 60 – 80 gramas de proteínas por dia. No entanto, tal orientação deve ser individualizada dependendo da sua composição corporal e do tipo de cirurgia realizada.

Essa quantidade deve ser distribuída entre as refeições do dia e não deve ser consumida de uma vez. Se necessário, você pode ser orientado a consumir suplementos ricos em proteína.

Mantenha-se hidratado

Logo após a cirurgia, temos menos sede do que o habitual e é comum esquecermos de nos hidratar. Por isso é importante manter consumo de líquidos frequente e não apenas quando sentimos sede. Preconiza-se o consumo de no mínimo 2L de líquidos por dia. Por vezes o consumo de líquidos isotônicos como água de coco e bebidas isotônicas esportivas são mais fáceis que o consumo de água. Deve-se evitar o consumo de bebidas gasosas.


Tenha escolhas alimentares saudáveis

Priorize alimentos in natura, como vegetais, legumes, frutas e carnes, Evite carboidatros refinados. No caso de consumo de carboidratos dê preferência ao integrais (arroz, massas e pães). Evite alimentos industrializados e ultraprocessados, como fast food, refrigerantes, bolachas, salgadinhos, doces, comidas congeladas, macarrões instantâneos. 
A cirurgia não é uma vacina para obesidade. É verdade que o rearranjo anatômico secundário a cirurgia muda a liberação dos sinalizadores de fome e saciedade, fazendo com que tenhamos menos fome e saciedade precoce, mesmo perdendo peso (ver como a cirurgia funciona). No entanto, o consumo de alimentos refinados e ultra-processados pode levar a nova perturbação desse sistema de controle, como ocorreu antes da cirurgia. Com isso, os mecanismos de saciedade precoce tornam-se menos potentes e voltamos gradativamente a comer maiores quantidades. Primeiro peca-se na QUALIDADE alimentar, que permite o retorno de maiores QUANTIDADES de alimentos.

Exercícios Físicos

A prática de exercícios físicos é uma grande aliada na manutenção da perda de peso a longo prazo. O retorno às atividades físicas normalmente é recomendado cerca de 30 dias após a cirurgia.
Exercícios físicos resistivos e aeróbicos devem ser realizados com objetivos diferentes. Os exercícios físicos resistivos, como musculação, ajudam a manutenção dos músculos no período de perda acelerada do peso. A manutenção dos músculos (massa magra) irá ajudá-lo a aumentar seu metabolismo basal e seu gasto energético. Assim ficará mais fácil manter o peso perdido após a fase de perda inicial acelerada. Outro beneficio para aqueles que realizam exercícios físicos resistivos durante a perda de peso é menor flacidez. Os exercícios aeróbicos, como caminhadas e corridas, tem impacto positivo na nossa saúde cardiovascular e ajuda a gastar calorias.


Perda Esperada de Peso

Ao se decidir por realizar a cirurgia bariátrica é importante que se tenha uma expectativa realista dos resultados da cirurgia. É esperado que se perca em média de 60 – 80% do excesso de peso, dependendo do procedimento cirúrgico realizado e do peso em que o paciente é operado. No entanto, os esforços individuais como a realização de atividades físicas e uma dieta saudável são de extrema importância e podem potencializar seus resultados, inclusive superando essa média.
No entanto, mesmo os indivíduos que não retornam ao peso considerado normal apresentam grandes benefícios para a saúde após a cirurgia bariátrica. Após a cirurgia, a maior parte dos pacientes alcança uma melhora expressiva das doenças associadas a obesidade, como diabetes, colesterol alto e pressão alta. Além disso questões como melhor mobilidade e menos dores articulares tem impacto muito positivo em sua qualidade de vida (ver benefícios da cirurgia).


Medicações

É provável que os medicamentos que você tome para doenças associadas a obesidade, como diabetes, colesterol alto e pressão alta mudem, já que a cirurgia permite a remissão parcial ou completa dessas patologias. Essa avaliação é individualizada e deve ser realizada junto com o seu médico. Alguns pacientes poderão interromper completamente essas medicações, enquanto outros diminuíram as dosagens mas ainda precisarão de certos remédios. 
Alguns remédios devem ser evitados em pacientes submetidos a cirurgia. Em especial, anti-inflamatórios não esteroidais podem aumentar o risco de úlceras e devem ser evitados. Alguns medicamentos de uso crônico podem predispor ao ganho de peso e também devem ser evitados. Essa decisão deve ser tomada em conjunto com o seu médico. Outras medicações de uso crônico podem ter a sua absorção alterada após a cirurgia, principalmente em cirurgias que envolvem desvios intestinais. O uso dessas medicações deve influenciar na escolha da técnica cirúrgica escolhida e o ajuste da dose desses medicamentos deve ser feito junto a seu medico quando necessário. 

Gestação após a Cirurgia Bariátrica

Mulheres com excesso de peso que engravidam apresentam risco aumentado para diabetes gestacional, pre-eclampsia, abortos espontâneos, fetos grandes para a idade gestacional e malformções fetais. Crianças filhas de mães obesas também apresentam maior risco de desenvolver problemas de saúde mais tarde na vida, como pressão alta, diabetes e doenças cardiovasculares. 
A perda de peso após a cirurgia bariátrica está associada a melhores taxas de fertilidades e melhores  desfechos durante a gestação, em especial relacionados aos risco de diabetes gestacional e hipertensão relacionada a gestação. No entanto, a cirurgia em si pode oferecer alguns fatores de risco adicionais à gestação, como problemas relacionados a fatores nutricionais e o risco de hérnias internas em cirurgias que envolvam desvios intestinais. Recomenda-se aguardar de 1 a 1,5 anos após a cirurgia bariátrica para engravidar, afim de minimizar os riscos nutricionais associados a perda de peso acelerada nesse período.  O risco de hérnias internas (para aqueles que foram submetidos a cirurgias com desvios intestinais) aumentam com a gestação, pelo aumento do volume do útero. Esse tipo de situação deve ser levado em consideração ao se escolher a técnica operatória ideal para mulheres com obesidade e desejo reprodutivo. 
Assim, mulheres submetidas a cirurgia bariátrica podem engravidar e a perda de peso após a cirurgia pode ajudar em uma gestação mais saudável. No entanto é fundamental o seguimento com equipe multidisciplinar competente para minimizar os riscos adicionais que o paciente pode apresentar após a cirurgia.

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